quarta-feira, 18 de março de 2009

De mãos dadas com o mundo


Chega-se a um novo mundo, com fantasias e histórias de embalar na cabeça que normalmente não deixam de ser mentiras pegadas umas às outras... Mas nem sempre é assim. Por vezes o destino prega-nos uma rasteira e caimos desamparada(o)s nessa teia de ciclo viciante.
E é aí que tudo acontece, quando não estamos à espera... Estamos num sítio diferente, com pessoas novas. Olhamos à volta e não sabemos que mais tarde, no final dessa semana já estarás apaixonada(o). Nunca te imaginaste a ultrapassar barreiras de línguas e nacionalidades. Nem que a pessoa que te deixa um nó no estômago fosse de outro país, e que, por mera coincidência se tenham conhecido num país que não pertencia a nenhum dos dois. Mas nem isso impediu que conhecesses ao final daqueles dias o teu sentimento. Nada disso impediu que gostasses ainda mais desses pequenos pormenores de não conseguires por vezes traduzir aquilo que querias por palavras, mas acabavas por consegui-lo, nem que fosse por gestos. Era tudo tão diferente quando estavas ao pé dela(e).
Sentias que bastava um olhar, e ensinavas a tua própria língua, com ela(e) tu esforçavas-te em tudo, para demonstrares que apesar do pouco tempo, ela(e) era importante para ti.
E apenas no final dessa semana, de aventuras e desventuras pela cidade fora, tu me olhaste e e eu já não aguentei mais. Beijei-te.
Entretanto já sabias dos meus pontos fracos e fortes e eu os teus. E éramos culpados de sentirmo-nos ligados. Foi aí que acabou a semana. E nos apercebemos que nem do próprio país éramos. Foi tudo um choque inicialmente para mim. Fizemos juras , promessas de que nunca nos esqueceriamos um do outro.
E eu já sabia que queria que estivesses comigo, até já te levaria de avião, se tal fosse possível.
E depois, já em Portugal, continuei a falar contigo. Até que chegou a altura dos teus anos e eu te enviei um postal do sítio onde nos beijámos pela primeira vez, com uma mensagem em inglês.
Prometi que iria ao teu país. E logo comprei o bilhete, sem a minha família saber sequer.
És tanto, nunca conheci ninguém assim.
Em Fevereiro fui-te visitar, lá estavas tu, bonita(o), como sempre, à minha espera no aeroporto. Estava estafado, mas mesmo assim fui contigo visitar a tua casa. Fiquei no último andar, em que passei dias espectaculares. Tanta atenção, não estava habituado(a). E os teus pais? Melhor seria impossível!
Todos os dias tinha pequenas surpresas feitas por ti, tão especiais.
E tu, com esse ar de criança que lhe abriram as prendas antes da surpresa, ficaste triste porque o teu pai descuidou-se e disse-me uma das surpresas, ir a Veneza.
Mas passou, e no dia acordámos cedo e fomos, sem eu saber onde ia. Duas horas e meia de viagem e chegámos. Era Carnaval de Veneza, que algo seria mais espectacular que isso?
Oh bebé, és tão minha/meu.
Trouxeste o almoço e por lá almoçámos. Foste mesmo querida(o). Mas eu não podia ir a Veneza com a rapariga/rapaz que eu gosto e não almoçar com ela(e) num restaurante. E levei-a(o).
Ela(e) adorou e eu fiquei melhor ainda. Levaste-me aos sítios mais bonitos e tirámos fotos para guardar em algo mais do que os nossos corações.
Depois no regresso pareciamos crianças com um brinquedo novo. Esse brinquedo já era amor. Nunca conheci alguém como tu. Nunca senti isto.
No dia seguinte visitei uma igreja contigo e vi a beleza que nunca tinha visto, só por estar contigo parecia que apreciava melhor tudo.
Era a minha última noite no teu país. Jantámos com a tua família. Foi demais.
E a tua mãe foi tão atenciosa, como sempre estava tudo impecável.
Recebi tantas prendas. Dormi contigo e acordei sem ti. Já tinhas tudo preparado para almoçar fora. Comemos na tua rua.
E foi aí que me apercebi, és tu. És tu que me fazes dar a volta ao mundo e a tudo só para te ver sorrir, agarrar as tuas mãos e beijar-te.
Para sempre,
<3

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(in)sanidade escrita

Bem vindo ao mundo das verdades e mentiras de Trice ;)
Não penses que depois de ler qualquer um dos textos da Patrícia a conheces seja um pouco que seja, ela é demasiado ocupada para pensar no que escreve e só escreve o que (pensa) que sente. Já aconteceu não sentir. Por isso é que o blog se apelida de #Verdades e mentiras do dia 0#