Por quem me tomas?
Não sou eu que levo o lixo pela rua fora,
És tu.
Não sou eu que varro as esperanças, levo as saudades
Carregando o cheiro a sal do ar.
És tu.
Não sou eu que tenho força desmedida,
Que tanto arrasta o sonho como o deixa parado.
És tu.
Não sou eu que ouço os segredos do mar e das areias
Ou das pessoas que suspiram alguma coisa perdida.
És tu.
Não sou eu que transporta pequenas partículas
Mesmo que elas não mereçam ser transportadas.
És tu.
Eu não sei segredar-te tudo, mas segredo-te tudo
Eu não sei que me ouves, mas tu ouves-me
Eu não sei ser tua amiga,
Mas sou tua amiga
E por não saber tanta coisa,
Tomo-te por importante
E parto sempre, para junto de ti,
Seguindo-te desde que és brisa,
Até que te tornas vento.
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