um nó na garganta

Hoje foi sem dúvida um dia de realidades. Fui à fisioterapia e a sra disse-me ao fim de já meia hora algo que parecia tirar a alegria a uma criança. Olhou-me nos olhos e afirmou "acima deste tratamento físico, precisas é de uma boa conversa.".
E a verdade é que ela tinha razão. E continuou " Tu queres o teu joelho ou os teus hobbys? É compreensível que estejas transtornada por não puderes fazer essas provas, mas acima de tudo o teu joelho! Mentalmente tens de te preparar, porque para uma pessoa como tu que está sempre a fazer desporto ainda vai ser mais difícil não conseguir mexer-se e sentir que não tem força. Tens que te mentalizar que daqui a dois meses não vais correr, no máximo andas!"
Eu nunca estive tão fraca de espírito, infelizmente o que dizem por aí é verdade... Por mais amigos, família que tenhas, há sempre aquela falta. Obrigado pelo apoio, eu sinto-o, juro! Mas sinto que se hoje já não estivesse cá, tinha sido Quase Feliz.
Toda a vida me questionei se era eu o problema, mas isso de nada adiantou. Por vezes simplesmente não há chave que abra o nosso coração. E vocês amigos, são óptimos. E tu mano, mãe e pai. Mas o ser humano tem necessidades emocionais que ultrapassam os laços familiares e de amizade. Há algo em mim que parece não despertar e não sou depressiva nem triste. Mas também não me sinto completa.
E há já muito tempo que não me sentia assim, ou talvez nunca. Acho-me em casa, ou seja em que lugar a pensar e a escrever ( e penso demais até) que talvez haja esse nunca que não será quebrado, pois não me corre no destino.
E eu sempre acreditei em lutas. E sempre lutei. Mas hoje encontrei-me sem forças (físicas e anímicas).
Sempre fui o ombro em que choraram, sempre fui a personalidade vincada e forte. E sempre falei demais, mas todos os que me adoram sempre gostaram disso em mim, porque parece que nada fica por dizer.
Eu não quero fazer um texto hoje, quero apenas ser o que normalmente não sou, uma pessoa comum com problemas. Não pensem que tudo no meu mundo está sempre perfeito, nem que o facto de estar sempre a sorrir signifique que estou sempre bem. Quem me conhece sabe que tento omitir quando não me encontro no meu melhor de modo a que os outros não se preocupem nem fiquem como eu. Penso normalmente nas outras pessoas. Mas hoje quero ser um pouco egoísta e pedir a Deus e à minha avó forças. Quero essas forças para superar tudo e ser a Patrícia que todos conhecem, aquela que nada lhe afecta e tem mais força que tudo e todos.
Hoje em dia apenas queria um coração sossegado, que não me desse tanto trabalho, que não me fizesse desistir mas sim lutar.
E depois disto tudo, parece que tanto ficou por dizer...