
Tenho no quarto uma gaveta onde guardo alguns textos, tanto meus como de outros autores. Estive agora a vasculhar e comecei a ler algumas partes de diários, até textos soltos, apenas com um título por vezes não sugestivo. Fartei-me de rir, soltar aqueles guinchos de quem já não se lembra do sentimento que a levou a escrever tais coisas. Mas houve alturas em que lágrimas se soltaram, com uma certa nostalgia de quem já não sabe o que é lembrar-se.
Isto tudo me leva a pensar que a vida é tão rápida. Por vezes sinto-me a exceder a velocidade e tenho cuidado para não ser multada. Mas a coima sinto-a na pele, quando me apercebo dos anos a passarem, tal como alguns dos sonhos agora já imposíveis de realizar.
E tudo em meu redor é-me estranho ao mesmo tempo que feliz. É verdade que mudei muito, mas também nunca tive tanto na minha vida.
E ouço de novo algo que me desperta os sentidos; algo que me sustém a respiração sem eu precisar de me esforçar; que me esboça um sorriso e outro; que me detém a alma...
É o coração que chama.
Sem comentários:
Enviar um comentário