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A vida não espera,
mas leva-me com ela
tocando um dó, li, tá
quebrando
a monotonia de viver sem sentir.
Sinto tudo. Até o mais baixo chilrear de pássaros
que sobrevoam as árvores verdes,
de um tom de verde a que estou habituada
o meu preferido
como todos o sabem.
Sinto os passos na areia,
que me sobreaquecem o coração
as braçadas dadas no oceano
que me puxam, puxam a ele.
Do breve "passar as mãos pelo cabelo"
até ao beijo ardente,
sinto tudo sem excepção
Audição, Tacto, Olfacto, Visão, Paladar
Sentidos que me acompanham.
E mergulho no verde dos teus olhos
meu bem de milho em tons de primavera/verão.
Sinto-te sempre, a toda a hora;
mais do que o fresco da manhã,
mais que o orvalho das folhas,
mais do que a azáfama da rua,
mais do que o chilrear dos pássaros,
mais do que o verde das árvores,
mais do que as passadas, as braçadas,
mais do que o casal que passa, de mãos dadas, na calçada,
mais do que o arco-íris,
mais do que a areia, o oceano, as serras, os rios,
mais do que o cheiro das flores,
mais do que morangos frescos,
mais do que um gelado numa tarde quente,
mais do que um chocolate quente numa tarde fria,
mais do que a lareira,
mais do que o ar condicionado,
mais do que as roupas novas,
o top de estimação,
tudo, tudo, tudo
Sinto-te.